quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Como fazer mal uso de um frei

Mais malhado que Judas em sábado de aleluia, o nome do PB1 mais uma vez veio à baila. O mais surpreendente desta vez foi o canal da acusação: O deputado estadual Frei Anastácio. Não surpreende o fato de um religioso lançar acusações sobre os integrantes do sistema carcerário, mas o fato de um religioso que, a priori, deveria ter compromisso com a verdade se prestar a servir de agulha para linha tão vil e, o que é pior, um deputado, um “representante” do povo ser usado para propagandear boatos.
                                                                                                                  
Vamos aos fatos. Os apenados são alimentados 3 vezes ao dia e a comida que eles comem é comida também pelos agentes penitenciários. Sobre isso não caberia a mim discorrer, há quem o faça. O que me interessa nisso tudo é que segundo o deputado “Os agentes também provocam apenados a insultarem outros apenados, e assim causar conflitos e até assassinatos” ¹ e “Segundo estes familiares, apenados são impedidos de pedir assistência médica para os casos de urgência, pois os agentes entram no pavilhão atirando com balas de borracha e spray de pimenta, além de violência física e intimidação”¹. Infelizes colocações, pois os agentes penitenciários, ao contrário do que se diga, são os grandes promotores de cidadania na ausência do Estado. Ao contrário de incitar assassinatos nos diuturnamente os impedimos. Somos nos que conhecemos as contradições que o Estado se nega a enxergar e cotidianamente enfrentamos o crime organizado(que usa freis e deputados), muitas vezes sem as mínimas condições trabalho e sem o menor reconhecimento. Gostaríamos muito que os Estado nos fornecesse o spray de pimenta e as balas de borracha que o deputado mencionou, não para intimidar os apenados, mas para poder melhor servir a sociedade sem expor tanto nossas vidas ao risco.

Mas a quem interessa tantas denúncias? O PB1 hoje é lugar onde impera a lei e a ordem. De um lado a direção, comprometida em aplicar a Lei de Execuções Penais, trabalha no sentido de apurar todas as faltas administrativas cometidas no interior da unidade por meio de processos administrativos onde é garantido ao apenado o contraditório e a ampla defesa. De outro lado os agentes penitenciários, cônscios de seu dever para com a administração pública, mantêm a ordem e a disciplina na unidade sempre dentro da legalidade. Isso não deixa satisfeitos os apenados que, em sua maioria, querem fazer da prisão um paraíso para salvaguardar seus crimes.

Por fim, termino parafraseando Malcolm X. É preciso ser cuidadoso, pois se não prestarmos atenção no que lemos nos jornais acabamos com raiva do oprimido e apoiando o opressor. Gostaria de saber apenas se o canal se prestou a denegrir nossa imagem também estará aberto, quando terminada a apuração, para retratar o que agora foi dito.

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